Como se constrói o tempo
Alexandra Ungern, Bina Monteiro, Claudio Souza, Marcelo Colares, Pedro Serliatec e Tiago Marchitiello
Curadoria
Paulo Gallina
“Agora imagine quanto dura um bilhão de anos! Naquele tempo, não havia animais gr ndes, só havia caracóis e conchas. E, se voltarmos mais ainda no tempo, não vamos encontrar nem plantas. A terra inteira era deserta e vazia. Não havia nada:nem arvore, nem mato, nem capim, nem flor, nenhuma folhinha verde. Um mar sem peixes, sem conchas e até sem limo. E o que dizem as ondas? Era uma vez.”
Ernest H. Gombrich. Breve história do mundo. São Paulo: Martins Fontes, 2012.
Mais do que um dado, o tempo é uma percepção. Uma dedução lógica dentro de ciclos notáveis do universo natural. A memória humana, sem dúvida funda a marcação do tempo, para o bem e para o mal. No conjunto das narrativas individuais destes artistas, Como se constrói o tempo procura promover uma compreensão temporal como a de a superfície de um lago agitada pela miríade de gotas trazidas pela chuva. Nesta alegoria, cada ato artístico seria um pingo de chuva e as ondas, que reverberam, se esbarram e se reconfiguram, servem como alegoria à história. Ao que se pode perceber de seu tempo e às vozes que se calam por não saberem falar. Cada trabalho, a sua maneira, presente no espaço expositivo rememora e reinventa o passado perdido, encontrado na memória.