Isolamento
Elton Hipolito, Juliana Maia, Leonardo Conceição, Luciana Mattioli, Nathalie Böhm, Renata Carra e Rodrigo Leão
Curadoria
Coletivo Isolado
Abertura: 22/07
Período Expositivo: de 23/07 à 10/08/2021
ISOLATIVO acontece, não mostra. Ocupa, não entra.
O coletivo nasceu endogâmico, de dentro para dentro. Sete artistas, sete tempos diferentes em tempos diferentes.
Portas fechadas sempre foi assunto para o coletivo, que começou ocupando um restaurante fechado, sem visitas, sem permanência. Pandêmico, sobrevivente, subversivo.
Na exposição ISOLAMENTO os artistas penduram seus melhores trabalhos nas paredes e fecham as portas da galeria. Barram a entrada, mandam embora. Durante o período de ocupação, os artistas se revezam fazendo do impedimento o trabalho. Cubo branco inacessível, visite a barreira, visite o impedimento.
As sombras da pandemia se alternam como as fases de uma lua imprevisível.
Não nos tocamos mais, somos sem cheiro, sem calor. Adimensionais.
Nossos macacos internos expõem os caninos num esgar de ansiedade.
A razão está exaurida. Nada além da arte.
Arte de emergência. Arte de urgência. Arte salva-vidas.
A exposição ISOLAMENTO busca pensar as limitações impostas sobre o indivíduo em nome do bem comum, em nome de uma autoridade superior, em nome do exercício da consciência. Minha vontade, teu dever. Tua vontade, meu dever.
Ao longo do período de exposição os artistas irão se revezar para criar ações de Isolamento, criando uma barreira entre exposição e observador, uma reflexão sobre o sistema da arte na atual paisagem social. Um convite para pensarmos sobre liberdade, escolhas, limites.
Rodrigo, pode fazer o óbvio menos normal. O falso e o verdadeiro são irmãos siameses.
Elton, vai trazer a rua para dentro da sala, ou mais, o infinito ciclo da força da grana que ergue destrói coisas belas.
Nessa mesma rua caminha também, Renata. Atenta aos detalhes que transformam barreiras em caminhos. E vice-versa.
Juliana materializa a rede, a trama, a tela, a tela. A verdade das paredes e da pele, tudo é tecido.
Se pudesse, Nathalie faria da luz algo sólido. Ou quase.
Luciana derrete para cima o que foi sólido um dia. Respiro, logo existo.
Leonardo, ninguém mais humano. Escultor de emoções, ventríloquo de plantão.
Aqui, a arte no sentido formal, sólido. Aquilo que cada artista oferece de si.
O exercício solitário de produção e reflexão. Ofertado nas paredes brancas do olho público. Ali, a arte no sentido relacional, intangível. Ação. Pergunta sem resposta. A provocação e o enredo. O artista como manipulador, apresentando no palco iluminado da galeria. Ao visitante, a leitura íntima dos cantos do espelho. Para o que estou olhando? Aqui ou ali?
Coletivo Isolativo
Exposição
Ações de Isolamento