Niamh

Niamh

Niamh é uma artista irlandesa, que desenvolveu um projeto de residência artística durante dois meses no Ateliê Alê. Sua pesquisa explora o autoconhecimento e como julgamentos e censuras afetam os comportamentos dos indivíduos, interferem e bloqueiam a produção de práticas inovadoras. A contaminação de pensamentos judicativos cria inibições e barreiras antes desconhecidas, reprimindo opiniões e percepções.

Niamh nos apresenta um jogo criativo de autoconhecimento, explorando a linguagem e a produção coletiva, que não necessariamente se transformam em uma arte final, porém em um processo poderoso de comunicação e de introspecção.
A artista trabalha com materiais simples, recicláveis e de fácil acesso. O processo do seu trabalho lembra um jogo infantil, uma atividade que todos nós já fizemos na idade pré-escolar. A criança se manifesta como inocente e despreocupada com o julgamento alheio e a potência do trabalho se manifesta nessa simplicidade. Olhando mais profundamente notamos que além da inocência, uma afirmação adulta se manifesta nas 50 máscaras feitas de papel-machê que invadem o espaço. Esses objetos são cópias, sem pintura, das máscaras do Carnaval de Olinda, são como um lembrete daqueles que nos olham e nos espreitam. Niamh também se apropria da figura de Shella na Gig, talhas figurativas de mulheres nuas mostrando uma vulva exagerada, um símbolo pagão Irlandês banido pelo cristianismo e a recupera como um autorretrato em seus desenhos coloridos de traçados de seu próprio corpo em papel.

A artista propõe um projeto interativo, introspectivo se utilizando de performance, desenhos e objetos .

“Através da minha arte, exploro meus medos internos com uma curiosidade lúdica. Mesmo assim, sempre estou apavorada. Examino as emoções humanas através de uma mistura de palavras faladas, criação de objetos e pintura de autorretrato. É meu objetivo desnudar a mim mesma e minhas vulnerabilidades para que as pessoas possam encontrar um terreno comum com suas próprias experiências. Ao me apresentar e me revelar, encontrei outras pessoas interessadas em compartilhar suas histórias semelhantes de dúvidas, medos e alegrias. É esta troca de experiências que me interessa.”

– N.H.