Monumento à efemeridade impermanência

Monumento à efemeridade impermanência
maio 24, 2022 zweiarts

MONUMENTO À EFEMERIDADE IMPERMANÊNCIA

Agnes Kilzer | Alexandra Ungern | Claudio Souza | Cris Canepa | Denise Homsi | Dolly Michailovska | Erica Iassuda | Luciana Boaventura | Olavo Tenório | Rosa Grizzo | Rosana Spagnuolo | Tuca Chicalé Galvan | Vitoria Kachar.

Curadoria
Paulo Gallina

Período Expositivo: de 12/03 à 02/04/2022

Caetano canta: “Todo mundo sabe que nossas cidades foram feitas para serem ruínas”[1].

Já faz muito tempo que a humanidade procura por algo que dure. Apesar do mundo ser impermanente, apesar de todo o mundo que respira, respirou ou respirará abaixo dos céus [abaixo deste céu] está girando à aproximadamente 5.400 km/h (cinco mil e quatrocentos quilômetros por hora) ao redor do eixo da terra.

Já faz muito tempo que a humanidade procura algo que seja imutável, algo que – ainda que em vão – resista ao tempo e nos unifique coletivamente como seres humanos. Uma força superior e abstrata que nos iguala  como seres presos a construtores da condição humana desde a aurora dos tempos.

E, Caetano nos lembra [só deus sabe quanto tempo depois da primeira alvorada vista pelos homens]: tudo é impermanência. Nada dura e a tenra juventude sempre caminha para a dureza – que deve também ser gentil – da velhice.

Esta exposição não busca nada de duradouro. Ela promove uma experiência e depois desaparece. Resistindo apenas na memória[2]. Resistindo entre o esforço para lembrar e a vontade de esquecer, estas paisagens falam da delicadeza que se pode perder por conta da dureza da vida; estes retratos falam do quanto se pode sonhar independente do que se têm à mão. E assim, neste argumento singelo, encerramos nossa premissa e, ansiosos esperamos sua resposta.


[1]. Estou parafraseando.

[2]. Que, em certa medida, nada mais é do que uma ficção auto-biográfica carregada na mente mortal.