E o resto do mundo? Ou ouvir outras vozes

E o resto do mundo? Ou ouvir outras vozes
fevereiro 15, 2019 zweiarts

E o resto do mundo? Ou ouvir outras vozes

Alexandra Ungern, Claudio Souza, Cyra Moreira, Dolly Michailovska, Fabio Hanna, João Marcelo Szwec, Leandro Tupan, Malu Tigre, Nathalie Bohm, Rosana Pagura

Curadoria
Paulo Gallina

Abertura
15/02/2019

Período expositivo
17/02 à 20/03/2019


*Exposição do grupo de artistas do curso de acompanhamento de portfolio

A presente exposição procura apresentar ao público da região de Santo Amaro, no entorno do Ateliê Alê, o interesse e engajamento público dos artistas em relação ao mundo que compartilhamos. As obras apresentadas têm particular vocação inquisitiva, fazendo os sujeitos que se deparam com as pesquisas perguntarem-se: mas afinal, por que pensamos o universo das imagens tão distante de nossas lutas cotidianas?

Como se os problemas corriqueiros que acompanham o nascer e o morrer dos dias existissem singularmente circunscritos pela rotina e pelo tédio. Ora, se, como acreditamos no grupo de estudos, a estética é uma modalidade ética, não faz sentido separar o universo internos às obras criado pelos artistas contemporâneos das lutas diárias compartilhadas por todos os viventes – com maior ou menor intensidade.

Talvez por se buscar superar a fronteira invisível que parece imposta entre os espaços de arte e as ruas da cidade, esta exposição tem em seu título uma questão. Para sermos precisos, uma inquisição que, de pronto, obriga os sujeitos a ponderar sobre as relações que se criam entre o belo e o sublime junto à vida, toda ela: povoada por dores, amores, sonhos, desejos, tédio ou frustrações.

As obras eleitas para a exposição tratam dos mais variados temas. Desde a sensação do espaço urbano transformada em monólitos, a seguir desconstruídos aos moldes excessivos não raro assumido na linguagem da colagem até o engajamento de pintoras para com seu meio através de seu suporte; esta exposição procura construir sentidos ao aproximar variadas produções plásticas em um discurso visual prontamente apresentado aos visitantes. Espera-se assim, que cada sujeito, depois de atravessar o percurso expográfico, seja capaz de escolher por si qual é a resposta proposta pelo coletivo pensante que constrói a exposição: e o resto do mundo?

Mais do que obrigar o visitante a engajar-se em uma resposta, E o resto do mundo? Ou Ouvir outras vozes parece promover um complemento à pergunta inicial. Inquerindo: O resto do mundo está contido no corpo construído por estas obras, ou seriam as obras que estão contidas em nossas lutas e bravatas cotidianas?

Por Paulo Gallina